martes, 2 de diciembre de 2008

Don´t Cry for me Argentina...


Viver um tempo em outro país é uma experiência incrível.É um outro "mundo", outra cultura, outras regras sociais...E isso tudo se "anexa" um pouco em ti. Meu lance com a Argentina começou em 2007. Foi a primeira vez que estive aqui. Naquela ocasião eu tinha vindo para trabalhar com uma comunidade carente de Misiones, com um grupo de brasileiros. Conheci muita gente simples e querida, que nos convidava pra entrar em suas casas e compartilhava conosco o famoso "mate", pessoas que nunca nos tinham visto antes e nos tratavam tão bem! Na verdade, alguns dos melhores dias da minha vida eu passei aqui na Argentina, e foi uma grata surpresa ter a oportunidade de voltar agora como intercambista.
O fato de ser brasileira e de falar português aqui é bastante apreciado. Sempre me fazem muitas perguntas e me pedem para falar alguma coisa em português. O simples fato de ser estrangeiro aqui te transforma quase em um "pop star" hehe...A gente é bem mimado aqui, o que me dá vergonha por saber que no Brasil eles não vão receber o mesmo tipo de tratamento (o que é curioso, pois este país foi oprimido e explorado tanto quanto o nosso. Isso devia causar uma identificaçao entre nós e não o contrário) Na verdade, a próxima vez que um brasileiro fizer algum comentário preconceituoso ou alguma "piada" maldosa sobre os argentinos perto de mim, eu vou dar uma "paliza"! ah nao sabe o que é isso? nem queira saber!
Mas o legal é que eu aprendi muita coisa e aqui vão algumas impressoes sobre a minha estadia:


  • Meus novos amigos nao me chamam de "vâ", "vân" e nem de "nessa" como no Brasil...aqui eu sou a "váne". Demorei pra acostumar, mas até que gostei da minha nova "identidade". Alguns colegas de curso mais aplicados me chamavam de "vaneza" pois achavam que se escreve com um "s" só e como o fonema do "s" em português tem o som de "z"...doía no ouvido, mas eu prezava o esforço que eles tinham de falar bem a minha lingua!

  • Em 3 anos de facul não comprei tantos livros como em 4 messes de intercambio! até agora foram mais de 20 (entre gramáticas, dicionários, literatura e didáticos)

  • Aprendi a variar meu repertório alimentar e felizmente NÃO morri por ficar sem comer feijão! Na verdade arroz e feijao todos os dias, agora não mais! (claro, quando eu não tiver que comer no RU...rs)

  • A siesta é um traço cultural MUITO forte aqui. De 12:30 às 18? esqueçe, nada funciona. Acho que essa é a única coisa que eu realmente não gosto na Argentina.

  • Pagar mico. A clássica "metida de pata" aqui, foi uma coisa que eu fiz constantemente...tanto é que eu nem vou me dignar a contar agora, vou escrever uma entrada especial pra o tema. Haja história!

  • A capital: Troco Brasília e São Paulo por Buenos Aires. Linda cidade, muito limpa e com uma arquitetura de babar. Me sentí na Europa.

  • Livros...meu Deus...Cada vez que eu entrava numa livraria "só pra dar uma olhadinha" eu saía com 5, 6 livros na mão...E ainda saía brava porque queria ter levado mais. Livro aqui é regalado...quem me dera fosse assim no Brasil.

  • Aqui desenvolvi total minhas habilidades "amelísticas": Cozinhei todos os dias, lavei roupa na mão...Só faltava cuidar de criança rsrs

  • O mate aqui é igual ao cafezinho no Brasil. Se toma a toda hora. Aqui eu tomo os dois.

  • Aqui não tem vestibular pra entrar na facul...bom por um lado, ruim por outro...no meu curso tinha disciplinas com 3 alunos. Muita evasão... Ah, e algumas aulas iam até as 23hs!

  • Fiz duas pesquisas pra levar pra os colegas de curso no Brasil: Uma sobre o espanhol falado nas fronteiras Argentina-Uruguay e a outra sobre as dificuldades que um hispano tem pra aprender o português. Ficou bem interessante, também pretendeo publicar uma entrada sobre isso depois.

É basicamente isso...Na verdade aconteceram muitas outras coisas, mas o que era relevante tá aí. Eu aconselho todo mundo a fazer um intercambio. Muda tua cabeça, tua vivência. Volto mais madura e mais competente na minha carreira. ¡Dale Argentina!




martes, 25 de noviembre de 2008

Indignada ao cubo. Jesus e a igreja do Sec XXI.


Cada dia que eu levanto de manhã parece que eu sou um pouco menos "EU"...sei lá, eu parecia mais conformada antes, digo, eu me importava com as coisas erradas e as injustiças que aconteciam no mundo, mas não era nada que tirasse meu sono ou meu apetite. Cada dia eu me levanto um pouco mais inconformada, querendo fazer alguma coisa pra mudar a realidade do mundo, sei lá, virar diplomata, trabalhar na ONU, aprender pelo menos mais 3 idiomas, juntar um monte de títulos só pra poder dizer JÁ BASTA! e a coisa funcionar. Inconformada com esse pseudo-cristianismo que com 2000 anos de existência não conseguiu mudar quase nada no mundo, enquanto Jesus, o idealizador da idéia mudou tanta coisa em apenas 3 anos. Se Jesus entrasse em uma igreja hoje, o que será que ele ia pensar? Será que alguém o reconhecería? Será que ele ia poder sentar em qualquer cadeira, ou ia ter que prestar atenção pra não sentar na cadeira do Pr. presidente? Será que alguém iria cumprimentá-lo com aquela barba e aquele cabelão? E se ele estivesse suado e um pouco sujo (não se esqueça que ele costumava andar Kms a pé)? Alguém iria falar com ele? Claro, pelo menos pra pedir pra que ele sentasse em uma cadeira mais perto da porta, sabe, onde ventila mais...Um momento: O pastor levanta um envelope de contribuição. É para trocar o piso da igreja. Não há nada de errado com o atual, mas sei lá né...tá tão fora de moda...Vão botar mármore agora. Porque Deus é o dono do ouro e da prata, não é? Amém uníssono. Jesus olha pra mulher sentada na fileira da frente. A roupa tá gasta de tanto lavar. Três filhos. Um deles está com o tênis rasgado...Ops, presta atenção Jesus! Agora vão orar pelos desempregados. Poxa, 1/3 da igreja...tempos difíceis esses, não? Jesus vai tomar um refri depois do culto. Na TV da lanchonete assiste: Fome e guerra na África. Ele pensa naquela mulher...na criança com o tenis rasgado...na expressão do rosto daqueles desempregados...nas crianças da África que viu na TV...e também no piso de mármore da igreja. Lembra da igreja do século I...Lá não tinha isso de fazer oração pelos desempregados...eles chamavam pra almoçar na sua casa, ou até pra ir morar com eles...não tinha oferta pra comprar piso de mármore...era pra comprar comida e roupa pra quem precisava...São R$2,00 moço. O quê? ah, o refri...Jesus tinha "viajado" nas idéias. Puts...era todo o dinheiro que ele tinha. Tinha dado o resto pra aquela senhora com as 3 crianças no culto.
Tudo bem. Essa é uma história que eu inventei. Inventei o contexto, as cenas, mas a essencia não. Sabe o que eu quero dizer com isso? é isso aqui olha:
QUANDO FOI QUE A GENTE ESQUECEU O QUE É PRIORIDADE??
QUANDO FOI QUE A GENTE ESQUEÇEU O QUE REALMENTE IMPORTA??
QUANDO FOI QUE A GENTE COMEÇOU INVESTIR NAS COISAS E NãO NAS PESSOAS??
ATÉ QUE PONTO A GENTE VAI DILUIR A VERDADE PRA QUE ELA FIQUE MAIS "TOLERÁVEL"?? Se você é luz, porque que tá todo mundo no escuro aqui? perfeita eu?? não, de jeito nenhum. Só indignada, indignada e indignada. E tratando de materializar essa indignação em resultados. Mais alguém?

viernes, 21 de noviembre de 2008

Introdução tosca

Sejam bem-vindos ao meu blog. A principio eu tinha pensado em colocar "caldeirão de ideias" mas me pareceu muito clichê. Acho que "panelão" é mais legal, mais estilo "tiozão véio", mais simples e também mais facil de associar aos tipos de "gororobas"(lembrando que gororoba pode ser a 7ª maravilha do mundo culinário) que passa na cabeça da gente de vez em quando...sem contar que um panelão é super útil até quando nao serve mais pra cozinhar:
1-dá pra usar como balde (pra deixar meias, calcinhas ou cuecas de molho)
2-se fizer uns furinhos na base dá pra usar como chuveiro em dias quentes (ou se tiver racionamento de energia)
3-como vaso de planta
4-como metáfora de blog

Enfim as possibilidades são muitas...quem sabe depois eu não es crevo uma "ode ao panelão"? hehe...besteiras à parte, espero que minhas idéias te façam refletir ( ou pelo menos rir)...por hora é isso.

Van