sábado, 8 de octubre de 2011

Sobre a lama

Esses dias estava lendo sobre a cura de um cego de nascença no cap. 9 do livro de João, Novo Testamento. O mestre cuspiu no chão, fez um pouco de lama e passou no rosto do homem, que devia lavar-se em seguida. Não pude ler essa história sem refletir sobre esses dois momentos muito próximos na vida desse cego: O momento em que ele estava com a “cara na lama” e o momento em que ele estava com lama na cara. No primeiro momento, ele estava ali sem esperança, sem visão, sem uma perspectiva de futuro, sem a chance de obter o próprio sustento de uma maneira digna, aos olhos de seus julgadores, nada além de conseqüência de seus próprios pecados ou pecados herdados, ali, com o rosto na lama. No momento seguinte, ele tinha lama no rosto, o testemunho do mestre a favor de sua inocência e estava prestes a ter uma nova visão do mundo. Era um recomeço e a chance de ajudar outros a crerem na autenticidade do messias. O privilégio de fazer a confissão de fé tendo o próprio Jesus como tutor e entrar para a raríssima seleção de fatos que envolveram o ministério de Cristo aqui na terra, a chance de entrar para a história para sempre.

Bom, talvez poucos de nós ficaremos mundialmente conhecidos, mas é certo que estamos construindo uma história com a nossa vida também e essa história, envolve muitos momentos de “cara na lama”. Acusações injustas, desprezo, rejeição e todo tipo de sofrimento. Cada um carrega a própria bagagem, as próprias feridas, cicatrizes. Até o momento em que o mestre vem e usa a própria lama em que nós estávamos afundando para nos devolver a visão, nos restaurar. Nosso algoz então abre caminho para a nossa vitória e, como Amã conduzindo a Mardoqueu*, grita “Aí vem o homem/mulher a quem o Rei (Jesus) deseja honrar. Com o rosto sujo de lama recém lavada, nos sentamos enfim à mesa do banquete do salmo 23 e deixamos o óleo escorrer pela cabeça.

*Livro de Ester, cap 6: 1-12.

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